Com saúde colapsada, Pará de Minas fecha clubes, praças, hoteizinhos e bebida alcóolica só em supermercado entre outras restrições

Membros do Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde da COVID-19 se reuniram virtualmente na tarde desta segunda-feira, 15 de março, para definir novas restrições. Pará de Minas está enquadrada pelo Minas Consciente na onda vermelha tanto pela macro como pela microrregião e vive um momento inédito e triste com aumento de casos e mortes. O Portal GRNEWS acompanhou o encontro que durou cerca de três horas.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), 100% dos leitos de UTI e de enfermaria estão ocupados atualmente na cidade, o que gera ainda mais preocupação. Na região a taxa de ocupação de leitos também está saturada, portanto quem precisar ser internado pode ter que esperar dias para conseguir vaga ou ser hospitalizado há quilômetros de Pará de Minas.

Participaram da reunião o prefeito Elias Diniz (PSD); o procurador-geral do Município Hernando Fernandes da Silva; os secretários municipais de Assistência e Desenvolvimento Social Flávio Medina Neto, de Saúde Wagner Magesty, de Desenvolvimento Urbano Dimitri Gonçalves Morais, de Gestão Fazendária José Leonardo Martins Pinto e o Controlador do Município Ailton Rodrigues Maia; representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas e da Associação Empresarial de Pará de Minas; da Câmara de Vereadores; da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção Pará de Minas, da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

Reprodução

Em sua fala, o procurador-geral do Município Hernando Fernandes da Silva destacou a quantidade de pessoas aglomeradas no Parque do Bariri durante todo o domingo (14). Citou que gostaria de levar estas pessoas ao hospital para verem o que os pacientes diagnosticados com a doença têm vivido.

Hernando Fernandes da Silva também destacou que atualmente praças, parques e clubes são um problema. Hoteizinhos também foram citados, já que atualmente o número de crianças infectadas pelo novo coronavírus cresce assustadoramente. Além disso, ele ressaltou que é preciso algumas mudanças para diminuir a quantidade de pessoas em academias, trailers e food trucks.

O bairro Recanto da Lagoa é o que possui casos confirmados em Pará de Minas atualmente. No Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) estão internadas pessoas de Pará de Minas, Carmo do Paranaíba, Pitangui, Lagoa Formosa, Igaratinga, Formiga, Arcos, Onça de Pitangui, Santo Antônio do Monte e Conceição do Pará. Todos os leitos da enfermaria estão ocupados.

Sobre a compra de vacinas da AstraZeneca, Elias Diniz deixou claro que fará a compra e só após a chegada da remessa no Aeroporto de Confins e a conferência por parte da Vigilância Sanitária, é o que pagamento será feito. A intenção é adquirir inicialmente 25 mil doses.

Wagner Magesty fez um verdadeiro desabafo durante a reunião dizendo que hoje, quem precisa de ajuda é a saúde, que está colapsada. Segundo ele, abrir leitos não é o problema atual e sim encontrar profissionais para trabalhar nestes locais. Na macrorregião Oeste segundo ele, a situação está tão grave que é preciso escolher qual paciente será atendido. O Hospital Municipal Padre Libério também já foi solicitado pela Regional de Saúde para se tornar um hospital de campanha.

Para o secretário Municipal de Saúde o objetivo atual é diminuir o contágio e evitar que o paciente morra.

Representantes dos comerciantes e empresários paraminenses pediram para que o comércio não seja fechado e defendem maior fiscalização. Além disso, convocaram os lojistas a ficarem atentos às medidas de prevenção.

Capitão Lucas Ribeiro Maia do CBMMG em sua fala, citou a necessidade de fechar áreas públicas, a exemplo do Parque do Bariri, já que infelizmente a população não tem se conscientizado. Disse que são necessárias medidas urgentes, destacando que foram realizadas reuniões com representantes de bancos e loterias e estes não atendem às medidas recomendadas.

Durante a reunião o Município recebeu uma requisição do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através da Comarca de Pará de Minas, para fornecer informações a respeito do colapso do sistema de atendimento no HNSC. Pará de Minas tem 24 horas para esclarecer a situação ao MPMG.

Após cada representante se manifestar, o comitê votou as novas restrições. O novo decreto entra em vigor na terça-feira, 16 de março, e a população precisa ficar atenta às mudanças.

Clubes sociais devem suspender as atividades por tempo indeterminado; ficará proibida a circulação em parques e praças; bebidas alcóolicas somente poderão ser vendidas quente em supermercados e distribuidoras, sendo proibida a venda em bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência; trailers e food trucks podem funcionar somente com delivery; hoteizinhos também devem suspender o atendimento; e estabelecimentos serão multados caso o cliente, usuário ou funcionário esteja sem a máscara.

A procuradoria-geral do Município vai redigir o novo decreto e a expectativa é publicá-lo ainda na manhã de terça (16). Lembrando que mudanças podem acontecer, já que o Estado pode enquadrar a microrregião na onda roxa a qualquer momento.

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