Diagnóstico precoce eleva chances de cura do câncer de mama para mais de 95%

O câncer de mama permanece como a principal causa de mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil. As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam para cerca de 73.610 novos casos a serem diagnosticados no país até o final de 2025, o que corresponde a uma taxa de 66,54 a cada 100 mil mulheres e resulta em aproximadamente 18 mil óbitos. É importante destacar que, embora seja raro, o problema também afeta os homens, sendo responsável por cerca de 1% dos diagnósticos.

Durante o Outubro Rosa, iniciativa internacional de conscientização, especialistas enfatizam que a detecção da doença em sua fase inicial é vital para salvar vidas. A mastologista Elisana Caires (CRM BA 21920 / RQE 12593/22295) explica que o diagnóstico precoce aumenta as chances de recuperação para mais de 95%, de acordo com dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). Além disso, a identificação em estágio inicial possibilita a adoção de tratamentos menos agressivos.

“Muitas vezes, não é necessária a retirada de toda a mama nem a indicação de quimioterapia. Descobrir o câncer de mama cedo significa preservar saúde, autoestima e qualidade de vida”, afirma a médica.

A importância da mamografia e dos hábitos saudáveis
A mamografia é o exame de rastreamento mais eficaz para a detecção precoce, pois consegue identificar alterações que são imperceptíveis ao toque, como as microcalcificações. No Brasil, o rastreamento anual é recomendado a partir dos 40 anos, podendo ser antecipado em situações de alto risco, como síndromes genéticas ou histórico familiar relevante.

A especialista ressalta que o autoexame não deve substituir os exames preventivos, mas auxilia a mulher a se familiarizar com o próprio corpo e a buscar auxílio médico caso perceba qualquer alteração suspeita. “Em situações específicas, exames complementares, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, podem auxiliar na investigação, mas não substituem a mamografia”, esclarece.

Além do rastreamento, o estilo de vida tem grande influência no risco de desenvolver a doença. Elisana Caires destaca que até 30% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de práticas saudáveis, como: evitar o consumo de álcool e cigarro, praticar exercícios físicos de forma regular, manter um peso corporal adequado e reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados.

A reconstrução mamária também é citada como parte essencial do tratamento. “Não se trata apenas de retirar o tumor. Reconstruir a mama devolve autoestima, feminilidade e qualidade de vida. Graças aos avanços da cirurgia oncoplástica, muitas vezes conseguimos tratar e reconstruir na mesma cirurgia, ajudando a mulher a se sentir inteira novamente”, pontua a mastologista.

Outras prevenções vitais
Para a saúde feminina, outras frentes de prevenção são cruciais, como a imunização. A enfermeira e responsável técnica do IHEF Vacinas, Fabiana Porto (COREN/BA – 80794), enfatiza a relevância das vacinas contra o HPV, o principal causador do câncer de colo do útero e outros tumores.

Atualmente, o país dispõe de duas opções de vacina: a quadrivalente, que é oferecida na rede pública para jovens de 9 a 19 anos, e a nonavalente, disponível em clínicas privadas, licenciada para homens e mulheres na faixa etária de 9 a 45 anos. “Quanto mais cedo se vacinar, maior a proteção. Mesmo quem já teve contato com o vírus pode se beneficiar da imunização contra outras cepas”, explica a enfermeira.

A mensagem do Outubro Rosa para 2025 reforça que o cuidado com a saúde da mulher deve ser contínuo. “A campanha é um lembrete, mas a prevenção e o rastreamento não podem se limitar a um mês. Prevenir e diagnosticar precocemente salva vidas, e essa é a essência do movimento”, conclui Elisana Caires. Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Feira de Santana

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