Anabolizantes: o perigo silencioso por trás da busca por músculos
A busca por um corpo com músculos definidos leva muitos jovens a recorrerem a substâncias perigosas: os anabolizantes. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) emitiu um alerta sobre o uso indiscriminado desses hormônios sintéticos, destacando-se como um fator de risco silencioso para problemas cardiovasculares. Os anabolizantes, que imitam a testosterona, alteram o perfil de colesterol no sangue, elevando o “ruim” (LDL) e reduzindo o “bom” (HDL). Eles também promovem resistência à insulina e acúmulo de gordura visceral, condições que podem levar à síndrome metabólica, que por sua vez aumenta drasticamente o risco de infarto e AVC.
Pesquisas confirmam riscos graves à saúde
Dois estudos recentes corroboram o alerta da SBEM. Uma pesquisa publicada na revista Sports Medicine Open analisou fisiculturistas amadores e encontrou uma alta prevalência do uso combinado de anabolizantes, insulina e hormônio do crescimento. O estudo observou alterações significativas no perfil lipídico e hepático desses indivíduos, evidenciando o impacto negativo na saúde metabólica. Outro levantamento, da revista Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, reforçou que o uso prolongado de esteroides está associado à síndrome metabólica, mesmo em pessoas jovens e aparentemente saudáveis. O estudo ainda aponta que, mesmo após a interrupção do uso, o organismo pode manter alterações que perpetuam esses riscos.
Dados da SBEM indicam que cerca de 6,4% dos homens já usaram anabolizantes, sendo a taxa ainda maior em frequentadores de academias. Os médicos alertam para casos de infartos precoces em pessoas com menos de 40 anos, sem histórico familiar, mas com o uso frequente dessas substâncias.
Proibição e conscientização são fundamentais
Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de anabolizantes para fins estéticos ou de ganho de massa muscular. A decisão foi baseada na falta de comprovação científica de benefícios e na evidência dos graves riscos à saúde, como hipertrofia cardíaca, hipertensão arterial, doenças hepáticas e transtornos mentais.
Para combater essa prática, a SBEM, por meio de sua campanha para o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, reforça a importância da conscientização. A entidade destaca a necessidade de buscar informações de qualidade e acompanhamento médico antes de qualquer intervenção que possa afetar o metabolismo, visando a proteção da saúde e a prevenção de riscos cardiovasculares. Com informações da Agência Brasil


