Formar brigada voluntária para auxiliar Bombeiros é a solução para combater queimadas em Pará de Minas?
Durante reunião Ordinária da Câmara Municipal realizada na noite de segunda-feira, 11 de setembro, um dos assuntos mais abordados se referia as queimadas que vem devastando a região de Pará de Minas.
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Os vereadores discutiram medidas que precisam ser tomadas para identificar os responsáveis por atear fogo nas matas e as punições a serem aplicadas. Afinal de contas o dano ambiental tem sido muito grande.
Um incêndio de grandes proporções atingiu a área residencial próxima a avenida Alano Melgaço, no Centro, na tarde de segunda (11). As labaredas destruíram um depósito de materiais recicláveis e a fumaça se espalhou por toda a cidade.
O Corpo de Bombeiros teve dificuldades para debelar as chamas com o uso de todos os equipamentos disponíveis. Alguns moradores tentaram ajudar jogando água por meio de baldes e mangueiras.
Na manhã desta terça-feira foi realizada uma reunião na Casa dos Conselhos, próximo ao local atingido pelas queimadas. Estiveram presentes os membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (CODEMA).
Eles discutiram a criação de brigadas de incêndio para auxiliar no combate aos incêndios florestais na região. De acordo com Felipe Augusto Duarte Milton, presidente do CODEMA, o projeto já vinha sendo discutido há muito tempo e existem vários passos a serem seguidos:
Felipe Augusto Duarte Milton
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Tenente Davi Braga Linke, comandante da 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros em Pará de Minas, afirma que o encontro foi o começo da implantação de uma Brigada Mista que deverá auxiliar no combate as queimadas. Ressaltou que é preciso o envolvimento de toda a sociedade:
Tenente Davi Braga Linke
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O oficial explica que as ocorrências envolvendo incêndios florestais aumentam muito a demanda de atendimentos do Corpo de Bombeiros. Com isso o efetivo de militares não consegue dar uma resposta rápida ao grande número de chamadas da população:
Tenente Davi Braga Linke
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Para participar de uma Brigada de Incêndio a pessoa precisa passar por um treinamento especializado de combate ao fogo. Além dos voluntários, também é necessário equipamentos adequados para atuar.
A pergunta que muitas paraminenses fazem é a seguinte: formar brigada para combater queimadas é solução para acabar com este problema em Pará de Minas?
Para muitos não é o melhor caminho. Acrescentam que a questão é muito mais séria do que isso e vários fatores precisam ser levados em conta nesta análise, além do tempo seco e a falta de chuvas.
O próprio tenente Davi Braga Linke comandante interino da 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros afirmou recentemente que o efetivo da corporação em Pará de Minas é “justo e suficiente” para atender as demandas do município. Então, conclui-se que o problema não é falta de militares diante desta afirmação.
Outros pensam que formar uma brigada para combater incêndio pode ser uma alternativa paliativa e sem muita eficácia. Citam que está não é a solução adequada, pois a brigada será formada por pessoas interessadas em ajudar os bombeiros, desde que seja em seus períodos de folga no trabalho. Isso porque os brigadistas serão voluntários e sem obrigação de atender os chamados que receberem. Só atenderão se houver disponibilidade de tempo, sem prejuízo no emprego.
Também tem quem argumente que talvez passe pela necessidade de conscientizar as pessoas para os riscos e danos causados pelas queimadas. Mais do que isso penalizar os incendiários criminalmente e aplicar multas exemplares. Para isso é preciso que a população fique atenta a ação destes incendiários e denunciem para que a Polícia Militar possa agir.
A importância da conscientização e punição aos criminosos ganha mais força, levando em conta que o comandante dos bombeiros disse durante o combate ao incêndio no depósito de recicláveis da avenida Alano Melgaço. O militar disse os bombeiros receberam informações indicando que o incêndio foi criminoso e teve origem em um bambuzal. Fato que precisa ser investigado pela Polícia Civil.
Enquanto as dúvidas persistem quanto à proposta de se formar uma brigada voluntária de combate a incêndios em Pará de Minas, a natureza pede socorro. Os mananciais do município estão secos e tomados por esgoto industrial despejado nos cursos d’água diuturnamente por empresas que estão sendo investigadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) da Comarca.
Com este cenário Pará de Minas só não está enfrentando novamente o fantasma do racionamento de água, devido aos investimentos de aproximadamente R$ 40 milhões feitos pela concessionária Águas de Pará de Minas para construir a rede adutora de quase 30 quilômetros e captar água no rio Paraopeba no distrito de Córrego do Barro.
Caso contrário, os paraminenses estariam passando pelo mesmo sofrimento e anos atrás, especialmente em 2013 e 2014, e atualmente como muitos cidadãos de diversos municípios da região que sofrem com a falta d’água em suas torneiras.
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