Saúde mental no trabalho: como equilibrar produtividade e bem-estar para evitar o burnout
Na sociedade contemporânea, estar constantemente ocupado tornou-se um símbolo de sucesso. O ritmo acelerado do trabalho e a incessante pressão por alta performance criam um ambiente onde a saúde mental é frequentemente deixada de lado. O resultado é um aumento significativo de casos de burnout, uma condição caracterizada por cansaço extremo, exaustão emocional e a perda de prazer na atividade profissional.
Burnout: uma questão de saúde ocupacional e responsabilidade compartilhada
Segundo Bianca Bolonhezi, psiquiatra e fundadora do Instituto Macabi, o burnout deixou de ser um diagnóstico exclusivo da psiquiatria e passou a ser reconhecido como uma questão de saúde ocupacional. Com a nova norma regulatória NR1, o diagnóstico agora é atribuição do médico do trabalho, o que reforça a responsabilidade das empresas em reconhecer e atuar na prevenção dos riscos emocionais, e não apenas físicos, no ambiente corporativo.
Contudo, a especialista alerta que o equilíbrio entre produtividade e bem-estar não depende apenas das empresas. Cada profissional precisa aprender a impor limites e a estabelecer rotinas saudáveis para evitar a exaustão.
Estratégias essenciais para manter a mente saudável e evitar o burnout
Bianca Bolonhezi destaca algumas estratégias cruciais para alcançar esse equilíbrio:
Reencontrar o propósito: Pergunte-se: “Por que estou fazendo isso?”. Trabalhar apenas por obrigação, sem enxergar um significado, aumenta a frustração e a fadiga mental. Resgatar o propósito e a intenção por trás das tarefas torna o trabalho mais prazeroso e menos desgastante.
Respeitar os limites do corpo e da mente: Assim como temos ciclos naturais de sono e vigília, devemos estabelecer rituais e pausas durante o trabalho. Técnicas como o Pomodoro, que alternam períodos de concentração intensa com pequenos intervalos, ajudam a reduzir o risco de exaustão.
Gerenciar melhor o tempo: Mantenha uma agenda equilibrada e compreenda que não é possível dar conta de tudo. O descanso é fundamental para manter a produtividade e a criatividade. O conceito de “ócio criativo”, que antes era incentivado, hoje quase não existe, já que estamos sempre ocupados — até as crianças perdem momentos de tédio pela hiperexposição a estímulos.
Aprender a dizer “não”: Recusar tarefas que não fazem sentido ou que ultrapassam os limites individuais é crucial para evitar a sobrecarga. Muitas vezes, as empresas e os gestores não estabelecerão esses limites; essa responsabilidade precisa partir do próprio profissional.
Falar sobre o que se sente: Buscar apoio, conversar com colegas e gestores sobre dificuldades emocionais no trabalho são passos fundamentais. Além disso, procurar ajuda especializada quando necessário pode evitar que o desgaste mental evolua para quadros mais graves.
Um novo olhar para a produtividade: saúde e sucesso de mãos dadas
A cultura da hiperprodutividade precisa dar espaço a um modelo de trabalho mais sustentável. Empresas devem estar atentas ao impacto emocional do ambiente corporativo, e os profissionais precisam aprender a valorizar o descanso tanto quanto a execução de tarefas.
Com um olhar mais consciente para a saúde mental, é possível construir uma rotina de trabalho mais equilibrada, onde produtividade e bem-estar caminham juntos, sem que o sucesso precise custar a qualidade de vida. As informações são da Assessoria de Comunicação da psiquiatra Bianca Bolonhezi

