Governo federal lança programa para acolher brasileiros repatriados
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (6) o lançamento do programa Aqui é Brasil, uma iniciativa de acolhimento humanitário voltada para brasileiros que foram repatriados ou deportados. O programa, coordenado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), visa fornecer suporte estruturado para a reintegração dessas pessoas, especialmente diante do endurecimento das políticas migratórias, como as adotadas recentemente nos Estados Unidos pelo governo de Donald Trump.
Eixos estratégicos e serviços de apoio
O programa Aqui é Brasil atuará em quatro frentes principais:
Acolhimento humanizado: Oferecendo apoio emergencial nos aeroportos, incluindo triagem e identificação de necessidades específicas dos repatriados.
Reintegração social e econômica: Facilitando a regularização de documentos, inserção no mercado de trabalho e reunificação familiar.
Fortalecimento da governança migratória: Com a criação de um sistema de coordenação interministerial para gerar dados estratégicos e formular políticas públicas eficazes.
Parcerias estratégicas: Integrando esforços de governos estaduais, setor privado e organizações da sociedade civil para garantir soluções duradouras.
A iniciativa, que tem duração prevista de 12 meses e um investimento de R$ 15 milhões, também prevê ações em áreas como educação e trabalho. A ministra do MDHC, Macaé Evaristo, adiantou que será assinada uma portaria com o Ministério do Trabalho e Emprego para encaminhar os repatriados ao mercado de trabalho, além de uma resolução em parceria com o Ministério da Educação para garantir o acolhimento de crianças e jovens no sistema de ensino.
Perfil e destino dos repatriados
Desde fevereiro, o Brasil já recebeu mais de 1,2 mil repatriados em operações organizadas pelo governo. A maioria é composta por homens (949), e a faixa etária predominante é entre 18 e 29 anos.
A maior parte dos repatriados (89,13%) chegou sozinha e foi acolhida por familiares (61,39%). A maior parte se destinou a Minas Gerais, seguido por Rondônia, São Paulo, Goiás e Espírito Santo. A maioria (74,2%) pretende trabalhar no Brasil, e mais da metade (53,39%) tem o ensino médio completo ou incompleto.
A maioria dos repatriados morou por curtos períodos em estados americanos com grande comunidade brasileira, como Massachusetts, Texas e Flórida. O levantamento também revelou que 81,53% deles trabalhavam em jornadas de oito horas ou mais, muitas vezes em condições precárias. Com informações da Agência Brasil


