Agronegócio mineiro lidera exportações com 46,8% do total do estado
O setor do agronegócio de Minas Gerais segue em ascensão, registrando números recordes nas exportações e consolidando sua posição de destaque frente à mineração no cenário de vendas internacionais. No primeiro quadrimestre de 2025, a participação do agro nas exportações totais do estado alcançou 46,8%.
A receita gerada pela comercialização de produtos agropecuários atingiu US$ 6,5 bilhões, com um volume de 5 milhões de toneladas exportadas, conforme levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
Este resultado representa o melhor desempenho para o período desde 1997, ano em que a série histórica foi iniciada. Em comparação com o mesmo quadrimestre do ano anterior, houve um aumento de 26% na receita, apesar de uma ligeira redução de 6,2% no volume.
O governador em exercício, Mateus Simões, enfatizou a relevância do setor para a economia mineira e o apoio do Governo de Minas. “Fechar o primeiro quadrimestre de 2025 com quase 47% do total das exportações vindas do setor agropecuário é um marco muito relevante para o estado, que reforça o papel do campo na geração de emprego, renda e oportunidades”, declarou Simões.
Projeções otimistas para 2025
Com base nos dados do primeiro quadrimestre e considerando as tendências sazonais e de preços, Minas Gerais pode encerrar 2025 com exportações que variam entre US$ 19,5 e US$ 20,5 bilhões, reafirmando o estado como um dos principais polos agroexportadores do Brasil.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, explicou que uma estimativa mais precisa será possível após o fechamento do primeiro semestre, em julho. Ele destacou que esse período é crucial para avaliar o comportamento das culturas durante a entressafra, bem como os impactos de fatores como variações climáticas extremas, logística portuária, conflitos geopolíticos e oscilações nos preços de insumos e fretes internacionais.
Minas Gerais mantém sua posição como o terceiro maior estado exportador de produtos agropecuários do Brasil, ficando atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo. A produção mineira foi destinada a 160 países, com a China (23%), Estados Unidos (13%), Alemanha (9%), Itália (6%) e Japão (5%) como os principais destinos.
Café e soja impulsionam a balança comercial
O café continua sendo o principal produto da pauta de exportações, gerando uma receita de US$ 3,9 bilhões e um volume de 10 milhões de sacas comercializadas. Houve um aumento de 70% no valor em relação ao quadrimestre anterior, apesar de uma redução de 3% no volume. O café foi responsável por impressionantes 60% da receita total do agronegócio mineiro.
A soja, em suas diversas formas (grãos, farelo e óleo), registrou uma receita de US$ 1,1 bilhão e um volume de 2,9 milhões de toneladas.
Crescimento expressivo nas exportações de carnes
As carnes apresentaram um aumento significativo tanto na receita quanto no volume de exportação, abrangendo os segmentos bovino, suíno e de frango. No total, houve um crescimento de 21,4% na receita, totalizando US$ 533 milhões e 158 mil toneladas enviadas para o exterior.
A carne bovina somou US$ 374 milhões em receita e 78 mil toneladas embarcadas, com acréscimos de 19% e 8%, respectivamente. As vendas de carne suína atingiram US$ 24 milhões, com um volume de 11 mil toneladas, e o frango totalizou US$ 128 milhões, com 66 mil toneladas exportadas.
Produtos florestais em ascensão
Neste quadrimestre, os produtos florestais (incluindo celulose, papel e madeira) superaram a receita do complexo sucroalcooleiro, consolidando-se como o quarto principal grupo de produtos exportados do agronegócio.
A receita dos produtos florestais foi de US$ 339 milhões, com um volume de 559 mil toneladas. Essa mudança se deve à retração dos produtos sucroalcooleiros no período, que registraram uma queda de 42,5% na receita e de 38% no volume embarcado, totalizando US$ 334 milhões e 711 mil toneladas. Com informações da Agência Minas