Risco aumenta com erosão na Rua José Gregório perto do Campo do Rio Branco e morador muda de casa para proteger a família

Conforme publicado pelo Portal GRNEWS a situação vem se agravando na Rua José Gregório, localizada no Bairro Nossa Senhora das Graças. Em janeiro do ano passado, devido as fortes chuvas, o muro do Estádio Campolina Pontes, o Campo do Rio Branco Futebol Clube, desabou. Com isso, parte da Rua José Gregório também cedeu.

Inicialmente parecia ser um problema fácil de resolver. Mas não foi o que ocorreu. Cerca de 15 meses após o desabamento do muro, a situação perigosa persiste e se agrava a cada dia.

Laudos emitidos pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec), aos quais o Portal GRNEWS teve acesso, atestam a gravidade da situação e o risco para os moradores da região.


Um trecho do laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros, no mês de fevereiro de 2023, alerta: “Diante da notícia, comunicamos a Defesa Civil Municipal e realizamos vistoria conjunta no local na data de 17/02/2023, conforme Boletim de Ocorrência anexo.

Enfatizamos que o local necessita de obras estruturantes com urgência. Sugerimos também que a rua seja utilizada em meia pista apenas por veículos pequenos e que seja realizado o monitoramento diário da situação do talude. Ressaltamos que o campo deve permanecer interditado para qualquer uso até o fim das obras de estabilização do talude.”  

Em outro ponto consta outros registros sobre situação da Rua José Gregório, como: “rebaixamento da rua; 93,30 metros de área com risco eminente de desmoronamento devido escoamento das águas das chuvas (enxurradas) escoarem sempre para a erosão, risco de toda a rua desmoronar se continuar o trânsito de carro pesado no local;

foi observado que existe uma adutora de água da concessionaria Águas de Pará de Minas expostas na erosão e caso a mesma venha a se romper o risco de desmoronamento do restante da rua aumentara potencialmente.

foi solicitada a interdição da rua para carro pesado, sendo a mesma executada pelo departamento de trânsito juntamente com a Defesa Civil de Pará de Minas.”

No mesmo laudo os Bombeiros militares fizeram constar as seguintes observações adicionais: “o engenheiro civil Emerson Gonçalves Pereira da Defesa Civil de Pará de Minas acompanhou a vistoria. Existe a necessidade de intervenção para correção e eliminação da referida erosão por parte do poder público municipal, visto que apresenta situação de aparente risco iminente em caso de período chuvoso intenso ou condições climáticas adversas.

O campo de futebol Rio Branco deverá permanecer interditado para qualquer uso até o fim das obras de estabilização do talude.”


Desde então a erosão aumentou. De acordo com moradores hoje a rua está praticamente interditada, sendo que ainda é possível motocicletas transitarem pela via. Mesmo com os riscos apresentados não ocorreu a interdição por completo da Rua José Gregório, no Bairro Nossa Senhora das Graças.

A Prefeitura de Pará de Minas condicionou a resolução do problema a municipalização do Campo do Rio Branco. O processo está em andamento, após a Câmara Municipal atender pedido do Executivo e aprovar a remissão do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) devido pelo clube, para que os trâmites cartoriais para transferir o imóvel para o município possam ser concretizados.

Os moradores prejudicados não concordam com esse condicionamento da municipalização do Campo do Rio Branco para quem sejam executadas obras necessárias na rua. Para eles, o clube também é vítima.


Durante reunião da Câmara Municipal de Pará de Minas, realizada na noite de ontem, 27 de março, os cidadãos João Bosco Vitória, Silvino Barroso Pereira Neto e Michelle Martins Vitória Duarte usaram a tribunal livre para externarem sentimentos de tristeza, temor com o que pode vir e indignação com esta situação que não se resolve.

O advogado João Bosco Vitória, fez um pronunciamento emocionado no Legislativo. Em meio às lágrimas e prestes a completar 70 anos que reside na esquina das ruas José Gregório e Jafé de Almeida, ele não escondeu sua insatisfação. Afirmou que o problema é antigo e já poderia ter sido solucionado no início. Para ele a questão fundamental para esses danos é a drenagem pluvial precária na região:

João Bosco Vitória
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João Bosco Vitória cobrou dos vereadores que alguma iniciativa seja tomada. Disse que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na Comarca de Pará de Minas também está ciente do problema. Argumenta que vai tomar todas as providencias cabíveis neste caso, inclusive não descarta ação judicial contra o Município de Pará de Minas:

João Bosco Vitória
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Ele acredita que várias famílias estão sendo muito prejudicadas há mais de um ano. Por temer pela segurança de sua família ele vai deixar sua casa ampla e alugou um apartamento menor por medo de ficar no imóvel, que pode desabar caso a rua ceda mais:

João Bosco Vitória
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A família do vereador Marcílio Magela de Souza (MDB) reside há décadas na Rua José Gregório. Ele afirma que tem acompanhado de perto este problema, e conta que já tem cobrado junto ao prefeito uma solução:

Marcílio Magela de Souza
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Marcílio Magela de Souza diz que o prefeito salientou a necessidade de municipalizar o Campo do Rio Branco para realizar a obra. Ele acredita que este processo está terminando para que a obra possa ser licitada e realizada o quanto antes:

Marcílio Magela de Souza
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O vereador Marcílio Magela de Souza acredita que depois de iniciada a obra na Rua José Gregório deve durar cerca de quatro meses, sendo concluída antes do próximo período de chuvas.

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