MG reforça ideais de justiça e liberdade na entrega da Medalha da Inconfidência 2024
O Governo de Minas finalizou neste domingo (21), em Ouro Preto, a Semana da Inconfidência Mineira, com a cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, honraria concedida pelo Estado a personalidades e instituições que contribuíram para o desenvolvimento de Minas Gerais e do país.
Os eventos contaram com as presenças do governador Romeu Zema, do vice-governador Professor Mateus, e de outras autoridades.
A solenidade foi realizada em dois momentos distintos. Primeiro, a honra militar, com a presença dos Dragões da Inconfidência, o hasteamento da bandeira, a colocação de flores no monumento ao mártir da Inconfidência Mineira e a salva de 21 tiros, realizada na Praça Tiradentes, no coração da cidade histórica.
Na sequência, ocorreu o ato de entrega da Medalha da Inconfidência no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
Em 2024, foram 171 agraciados que contribuíram para o desenvolvimento de Minas Gerais e do Brasil, em quatro designações: Grande Medalha (40), Medalha de Honra (58), Medalha da Inconfidência (72) e Grande Colar (um), honraria concedida a chefes de Estado, chefes de governo e chefes dos demais Poderes da União.
“É com imensa honra que nos reunimos hoje para celebrar a memória do mártir Tiradentes e conceder a Medalha da Inconfidência, que reconhece aqueles que, como os inconfidentes mineiros, lutam pela liberdade, pela justiça e pela prosperidade dos mineiros e brasileiros”, destacou o governador Romeu Zema em seu discurso.
Em outro trecho, o governador reafirmou ideais caros à Minas Gerais e aos mineiros. “Em um caminho de desenvolvimento, a estabilidade e a liberdade devem andar juntas. Por isso, nós mineiros prezamos pela cordialidade, mesmo em momentos de conflito, pois sabemos que onde há equilíbrio, há maior segurança, previsibilidade e crescimento”, acrescentou.
O vice-governador ressaltou a importância da Semana da Inconfidência que, pela primeira vez, reuniu comemorações em outras cidades.
“Tivemos a oportunidade de contemplar a cidade de Ritápolis, local em que Tiradentes passou a infância e, depois, Tiradentes, onde a conjuração começou. E terminamos em Ouro Preto, onde efetivamente a condenação do alferes ocorreu. É importante reconhecermos que Minas Gerais como um todo participou desse movimento que significa muito para o Brasil. Isso mostra o tamanho e a importância da Inconfidência Mineira no movimento pela liberdade realizado em Minas Gerais há quase 250 anos”, disse.
Grande Colar
O agraciado com o Grande Colar em 2024 é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), sociólogo e autor de vários livros sobre mudança social e os condicionantes políticos do desenvolvimento do Brasil e da América Latina.
“Há 30 anos, ainda como Ministro da Fazenda, FHC foi o idealizador do Plano Real. Para as gerações mais jovens, pode parecer natural o Brasil ter uma mesma moeda sólida por três décadas, mas essa não era a realidade até aquele momento. A hiperinflação e a desvalorização cambial eram fantasmas da vida real que atormentavam os brasileiros”, salientou o governador.
Eleito presidente da República por dois mandatos consecutivos, FHC ocupou o cargo de 1995 a 2002. Seu governo foi um período marcado pela consolidação da estabilidade econômica, por reformas na economia, na Previdência Social e na administração pública, bem como pela democratização do acesso às políticas sociais.
“Já como presidente, Fernando Henrique trouxe avanços com reformas estruturantes que fundamentaram nossa estabilidade e propiciaram o desenvolvimento do Brasil não só durante os oito anos de seu governo, mas por décadas após sua gestão. Me inspiro em Fernando Henrique para que o legado do meu governo não seja algo pontual, mas sim uma mudança de paradigma em Minas Gerais”, pontuou Zema.
Homenagem especial
O Governo de Minas também prestou homenagem ao sargento Dias, policial militar que perdeu a vida em cumprimento do dever, vítima de condenado da Justiça em benefício de saidinha temporária. A viúva do sargento recebeu a medalha.
“Sua morte não será esquecida, pois assim como a memória de Tiradentes nos inspirou a buscar um país mais justo, tenho a certeza de que a lembrança eterna de sargento Dias nos inspirará a ter um país onde as leis protejam os cidadãos, sejam respeitadas e aplicadas com rigor. Mais uma vez, deixo meu reconhecimento e solidariedade à família do sargento Dias”, condecorou o governador.
Tradição
A honraria foi criada em 1952 pelo governador Juscelino Kubitscheck e é, tradicionalmente, entregue todo dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, em alusão a Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, movimento de independência que teve como epicentro a cidade de Ouro Preto, no século 18.
A data resgata os valores históricos de Minas Gerais, como a luta por um processo mais democrático e de liberdade. Tiradentes foi executado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.
Bárbara Heliodora
Neste ano, o tradicional evento em Ouro Preto marca também uma homenagem a Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira por sua participação ativa no período emblemático da história de Minas Gerais: a Inconfidência Mineira de 1789.
Na cerimônia deste domingo, o Museu da Inconfidência recebe uma porção de terra do túmulo de São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, onde a poeta esteve enterrada desde 1819.
Os despojos passam a ficar abrigados no Panteão dos Inconfidentes, espaço que celebra os heróis como Tiradentes e Alvarenga Peixoto, com quem Bárbara era casada.
A oficialização da poeta entre os heróis da Inconfidência Mineira representa uma forma de corrigir um equívoco histórico, já que à época, por ser mulher, a ativista não obteve o devido reconhecimento como parte indissociável da memória de nosso estado.
Acesse AQUI a lista dos agraciados com a Medalha da Inconfidência 2024. Com Agência Minas