Deputado Eduardo Barbosa questiona diferença entre grupos etários vacinados contra COVID-19 no Brasil

O deputado federal Eduardo Barbosa participou nesta quinta-feira (15) da primeira audiência pública do plano de trabalho do Grupo de Trabalho para acompanhamento e monitoramento da vacinação dos idosos no Brasil da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa, do qual é coordenador. Eduardo Barbosa questionou, durante a audiência, a diferença entre grupos etários vacinados nas diversas cidades do País.

“Se há um controle de distribuição dessas vacinas, eu acredito que essa distribuição tenha sido feita dentro dos grupos definidos prioritariamente”, disse. Para o deputado, a disparidade entre municípios fere o princípio da equidade. “O idoso, onde estiver, tem que ser tratado da mesma maneira, ressaltou. Representantes dos secretários estaduais e municipais de saúde informaram que as decisões sobre a destinação das vacinas são locais, sempre obedecendo os critérios do Plano Nacional de Vacinação, e o Ministério da Saúde reforçou que orienta os entes federados a seguirem a ordem dos grupos prioritários.

O deputado também levantou a questão do pós-COVID. Segundo ele, o coronavírus causa sequelas em muitos pacientes e o sistema de saúde precisa estar preparado para atender essas pessoas. “É importante que a ANVISA divulgue as informações sobre o monitoramento dos efeitos da COVID-19, pois isso é fundamental para exigir políticas públicas voltadas para esse público. Tenho receio de ter um percentual significativo de idosos debilitados a partir da infecção por COVID e que fiquem sem a atenção necessária”, explicou.

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Novas entregas
A coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunização (PNI), Franciele Fantinato, confirmou que o governo federal começa a distribuir nos próximos dias 3,6 milhões de doses da vacina produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e 2,3 milhões de doses do imunizante do Instituto Butantan. “Com isso, atingiremos 100% das pessoas de 65 a 69 anos de idade com a dose 1, iniciaremos o processo de liberação da dose 2 para 23% desse público e alcançaremos 4,3% das pessoas de 60 a 64 anos de idade”, disse.

Ela salientou que a idade é um fator preponderante para o agravamento da doença e os maiores de 70 anos têm três vezes mais chance de enfrentarem complicações ou morrerem. Franciele reconhece que a situação da vacinação ainda será difícil durante o primeiro semestre de 2021.

Pesquisador e membro do Comitê de Saúde da Pessoa Idosa da Fiocruz, Daniel Groisman apontou a necessidade de imunizar idosos que têm dificuldade de sair de casa ou com limitação na capacidade funcional. Ele chamou atenção também para a urgência da vacinação de cuidadores formais e informais. “Se essas pessoas adoecem, se internam ou morrem, o que é que vai acontecer com esses idosos que já são dependentes de cuidados?”, questionou.

Outro agravante, segundo Groisman, é a faixa etária dos próprios cuidadores e suas condições de saúde. “A idade média das pessoas que cuidam, familiares de idosos, é acima de 50 anos, além disso muitos possuem comorbidades e estão desgastadas pelo trabalho de cuidados nessa pandemia”, explicou.

Gerente geral de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes classificou como fundamental o acompanhamento do surgimento de variantes e dos efeitos dos imunizantes em populações específicas, como os maiores de 60 anos.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, declarou que o governo está fazendo esforços para antecipar a chegada de vacinas e que já conseguiu o adiantamento de 2 milhões de doses com a farmacêutica Pfizer. Ele disse que essa estratégia inclui também negociar com países onde a imunização esteja mais adiantada para “trocar” prazos de recebimento das doses. Com informações da Agência Câmara de Notícias

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