Olho preguiçoso pode ser causado por diferença de grau ou de erro refrativo entre os olhos
Você sabia que há pessoas que apresentam erros refrativos diferentes entre os olhos ou ainda grande diferença de grau, em geral maior que 4 graus, de um olho para o outro? Essa condição se chama anisometropia. A anisometropia na infância pode levar ao desenvolvimento da ambliopia (olho preguiçoso). Nesses casos, é chamada de ambliopia refrativa já que a causa está ligada aos erros refrativos como a miopia, hipermetropia e astigmatismo.
A ambliopia afeta de 2 a 5% das crianças sendo a causa mais comum de problemas visuais em crianças em todo o mundo.
Visão binocular é afetada na ambliopia refrativa
Segundo Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a diferença de grau ou de tipo de erro refrativo entre os olhos afeta a visão binocular na medida em que o cérebro recebe duas imagens diferentes, uma de cada olho, e não consegue juntá-las em um só.
“O olho mais fraco recebe menos sinais visuais. Eventualmente, a capacidade dos olhos de trabalhar juntos diminui e o cérebro suprime ou ignora a imagem do olho mais fraco, causando a ambliopia”.
Sem reclamações
A ambliopia causada pelo estrabismo é mais fácil de diagnosticar, já que o desvio do olho é aparente e pode incentivar os pais a procurarem o oftalmologista de forma mais precoce.
“Por outro lado, como as crianças não costumam se queixar a respeito de problemas visuais por não terem parâmetros de comparação, ou ainda por não terem adquirido a linguagem, a ambliopia refrativa pode ser mais difícil de ser diagnosticada”, comenta Marcela Barreira.
Em geral, a ambliopia refrativa se desenvolve na infância e representa importante causa de diminuição visual entre as crianças. Em relação aos sinais, os pais podem ficar atentos a algumas situações que podem ser manifestações da ambliopia como:
Dificuldade em pegar e arremessar objetos
Falta de jeito – esbarrar em móveis, cair demais, tropeçar de forma frequente
Apertar os olhos ou fechar um olho para conseguir enxergar
Virar ou inclinar a cabeça na tentativa de enxergar
Dificuldade em participar de esportes, andar de bicicleta, patins etc.
Como tratar a ambliopia refrativa
É muito importante que os pais levem o bebê ao oftalmopediatra nos primeiros meses de vida.
“Poucas pessoas sabem, mas há ferramentas que permitem ao oftalmopediatra diagnosticar os erros refrativos em bebês e em crianças que ainda não falam. O diagnóstico precoce permite que o grau seja corrigido com o uso de óculos para prevenir o desenvolvimento da ambliopia”, reforça a médica.
Em muitos casos, além do uso de óculos, a criança é tratada com a terapia de oclusão ocular, o famoso “tampão”.
O tampão é usado no olho saudável para que o olho afetado pelo problema possa ter a mesma chance de desenvolvimento. No caso da ambliopia refrativa, o tampão pode ser colocado no olho ou na lente dos óculos.
“O ideal é que o tratamento da ambliopia seja feito dentro da chamada “janela de oportunidade”, que vai dos 2 aos 7 anos. Quanto mais cedo for feito, melhor será o resultado. O tempo do tratamento é individual e vai depender de vários fatores. Pode durar meses ou semanas”, finaliza Marcela Barreira. Com informações da assessoria de imprensa da oftalmopediatra Marcela Barreira.