Força-tarefa do IMA controla população de morcegos hematógafos no Vale do Mucuri

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), realizou força-tarefa para captura do morcego hematófago Desmodus rotundus nos municípios de Bertópolis, Carlos Chagas, Santa Helena de Minas, Nanuque, e outras cidades limítrofes da aldeia indígena Maxakali, no Vale do Mucuri. A operação apreendeu cerca de 200 morcegos transmissores da raiva em herbívoros (bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos), em abrigos, casas abandonadas, cisternas, poços e ocos de árvores. Depois de capturados, os morcegos receberam uma carga de pasta vampiricida sobre o dorso e foram soltos para o habitat natural.

O objetivo é realizar o controle populacional dos morcegos, preservando a saúde das pessoas e dos animais de produção, amenizando eventuais prejuízos ao agronegócio.

Além das ações fiscalizatórias, os trabalhos de educação sanitária, que consistem em palestras para as comunidades, produtores rurais e profissionais da saúde, se estenderam aos municípios de Pradinho e Umburaninha, na mesma região.

Segundo o coordenador das operações no IMA, o fiscal Jomar Zatti, as palestras abordaram o risco e prevenção da raiva, bem como a diferenciação entre morcegos hematófagos, frutívoros e insetívoros. “Os trabalhos de controle e prevenção da raiva continuam para diminuir a população dos morcegos em torno das aldeias indígenas. Estão previstas mais operações na região de Teófilo Otoni e Mucuri, com a realização de trabalhos da educação sanitária, prevenção e controle da enfermidade, pois o vírus da raiva circula no meio ambiente. Além disso, algo a se destacar é que trabalhamos em parceria com servidores de municípios do estado da Bahia, limítrofes ao Norte de Minas, para o controle populacional desses morcegos”, informa.

Os fiscais compareceram nos locais para investigar e coletar material para diagnóstico, que é realizado pelo Laboratório de Saúde Animal (LSA) do IMA. E as ações de educação sanitária conscientizaram a população rural em relação a esta grave zoonose.

“Quando ocorre um surto de raiva em alguma região, operações específicas de controle da raiva dos herbívoros são realizadas. As operações contam com o apoio de servidores municipais das localidades que conhecem a região, auxiliando na identificação de abrigos e localização das propriedades a serem trabalhadas. Posteriormente ocorre o direcionamento das equipes para as áreas de foco e perifoco”, explica Zatti.

De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros no IMA, médica veterinária Daniela Bernardes, o IMA continua com as ações para a prevenção e vigilância da raiva dos herbívoros no município de Bertópolis e regiões vizinhas. “A equipe especializada em controle do morcego hematófago Desmodus rotundus, com o apoio de servidores da prefeitura desse município, já localizou e trabalhou inúmeros abrigos na região. Aliado a isso, palestras para a população em geral foram ministradas com o objetivo de esclarecer a todos sobre a gravidade da raiva e as formas de prevenção da doença”, esclarece.

Notificação
Zoonoses exigem uma imediata ação, devido ao risco para a saúde humana. Sendo assim, quanto menor o tempo de intervenção, maiores as chances de mitigar os riscos e prejuízos. As notificações de suspeitas da raiva são fundamentais para a estratégia do controle populacional dos morcegos.

Todo cidadão pode notificar suspeita da raiva herbívora ou alta mortalidade de animais de produção pelo whatsapp do Notifica IMA: 31 98598.9611. Outra opção é enviar e-mail para a unidade do IMA mais próxima.

Vacinação
Daniela Bernardes reforça que a melhor forma de prevenir os animais contra a raiva é a vacinação anual de todo rebanho. “Sempre que há casos positivos para a raiva dos herbívoros, o IMA notifica às secretarias de saúde, bem como recomenda o atendimento médico para as pessoas que tiveram contato com o animal doente”.

E alerta sobre a importância da vacinação dos herbívoros contra a raiva. “É imprescindível que o produtor vacine seu rebanho contra a raiva, aproveitando, inclusive, o período da campanha contra a febre aftosa, até 31/5. A raiva é uma das doenças mais antigas da humanidade e a que mais se relaciona com o conceito contemporâneo de ‘saúde única’, cujo tema amplo e diversificado é base de estudos e debates sobre a interação da saúde entre pessoas, animais e meio ambiente”, analisa Bernardes.

A declaração da vacinação contra a raiva pode ser feita de forma presencial, nos escritórios do IMA, ou por e- mail.

Raiva
A raiva é uma zoonose causada por um Rabdovirus neurotrópico, sendo suscetível a todos os mamíferos. Apresenta sintomas de excitação e paralisia de diversas naturezas. Na raiva dos herbívoros a fonte de infecção mais importante é o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus.

É considerada uma doença de grande importância econômica e de saúde pública. Além de não ter cura, causa grandes prejuízos aos produtores, pois ocasiona a morte de animais, necessita de diagnósticos laboratoriais e equipe treinada para o controle do transmissor.

Em Minas Gerais, compete ao IMA implementar as estratégias previstas no Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), estabelecido pelo Ministério da Agricultura, para o controle da raiva dos herbívoros. O trabalho inclui diferentes medidas e ações que estão baseadas na vacinação dos rebanhos, no controle populacional dos morcegos transmissores, e no atendimento e controle dos focos da doença. Com informações da Assessoria de Imprensa do IMA.

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