Golpe de R$ 217 milhões atinge braço financeiro do Comando Vermelho no Rio

Uma megaoperação deflagrada nesta terça-feira (18) pelas forças de segurança do Rio de Janeiro desferiu um duro golpe contra a estrutura financeira do Comando Vermelho (CV). A ação conjunta das Polícias Civil e Militar resultou na prisão de 17 pessoas, destacando-se a detenção de Cosme Rogério Ferreira Dias, identificado pelas autoridades como o principal articulador e financiador das famosas “barricadas” da facção.

O cérebro por trás das barreiras
A prisão de Cosme Rogério Ferreira Dias é mais um desdobramento da Operação Contenção, cujo foco é frear a expansão territorial da maior organização criminosa do estado. Segundo as investigações, ele utilizava uma fachada de empresário do ramo de reciclagem para liderar o setor financeiro do CV.

O papel de Dias era central: ele era responsável por financiar o grupo, efetuando a lavagem de dinheiro proveniente da receptação de cobre roubado e fornecendo o material necessário para a construção e reforço das barreiras. Além disso, atuava como elo logístico e financeiro entre os ferros-velhos e o tráfico de drogas, integrando a cadeia de apoio da facção. Em sua residência, a polícia apreendeu uma grande quantidade de dinheiro.

O delegado Felipe Curi, Secretário de Polícia Civil, classificou a operação como “um golpe direto na espinha estrutural e econômica do Comando Vermelho”. As buscas se estenderam também aos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Bloqueio milionário e interdição de ferros-velhos
O impacto financeiro da operação é significativo. A Justiça expediu mandados de busca e apreensão e ordenou o bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores do grupo, o que inclui moeda estrangeira, imóveis de luxo e veículos de alto padrão.

Oito ferros-velhos foram interditados, pois serviam como centros de lavagem de dinheiro e apoio operacional da facção em diversas comunidades da capital e região metropolitana. Esses estabelecimentos, segundo a polícia, eram fundamentais para custear a segurança armada dos territórios dominados.

Contexto de guerra às barricadas
A ação ocorre logo após o governo do Rio de Janeiro ter lançado, no dia anterior, a Operação Barricada Zero. O objetivo é eliminar mais de 13 mil pontos de bloqueios — que variam desde lixeiras e entulhos até complexas estruturas de engenharia — que impedem a circulação e a prestação de serviços básicos em áreas controladas pelo crime organizado. O governador Cláudio Castro prometeu que os territórios que insistirem em recolocar as barreiras serão alvo de novas incursões policiais.

A Operação Contenção, em si, já havia sido marcada por um confronto violento em 28 de outubro, quando uma incursão nos complexos da Penha e do Alemão resultou em 121 mortos, incluindo quatro policiais militares. Na ocasião, o governador defendeu a ação como um sucesso, apesar das mortes de civis, classificando-a como um “divisor de águas”. Por outro lado, ativistas de direitos humanos e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticaram a ofensiva, a qual classificaram, respectivamente, como desastrosa e denunciaram execuções. A alta letalidade levou o Supremo Tribunal Federal a solicitar esclarecimentos ao governo fluminense. Com informações da Agência Brasil

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