Guerra na Ucrânia: FAO pede união ao G7 em favor de maior produtividade

Ministros da agricultura do G7, o grupo das sete maiores economias mundiais, se reúnem até este sábado (14) na cidade alemã de Stuttgart para tratar dos efeitos da guerra na Ucrânia sobre a segurança alimentar mundial.

Eles foram convidados à cidade pelo ministro alemão da Agricultura, Cem Ozdemir. A Alemanha ocupa a presidência rotativa do G7.

Fragilidade
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que participa do evento, citou o impacto do cenário atual em mercados e na oferta de alimentos a países em situação de fragilidade da África e do Oriente Médio.

Qu Dongyu disse ainda que o Brasil está entre os maiores exportadores de cereais e commodities de alto valor que necessitam de fertilizantes importados da Rússia, tal como Argentina e Bangladesh.

As consequências se estendem a economias largamente dependentes das importações de trigo, como Egito e Turquia, mas também várias nações subsaarianas, como Congo, Eritreia, Madagascar, Namíbia, Somália e Tanzânia.

Qu Dongyu pediu ao G7 que ajude a driblar a escassez de alimentos por causa do conflito, redução de ofertas, aumento de preços e outras consequências.

Para ele, é preciso identificar, ativamente, maneiras de compensar possíveis lacunas futuras nos mercados globais, com uma atuação conjunta para promover aumentos sustentáveis de produtividade sempre que possível.

Assistência urgente
A FAO foi convidada para discutir as consequências do conflito na Europa Oriental na segurança alimentar global.

Em 2021, cerca de 193 milhões de pessoas já passavam e precisavam de assistência urgente. Eram quase 40 milhões de pessoas a mais em relação a 2020, ano em que apareceu a pandemia.

O chefe da agência lembrou que tanto a Rússia como a Ucrânia são atores importantes nos mercados globais de commodities, e a incerteza em torno do conflito causou uma alta nos preços, principalmente de trigo, milho e oleaginosas, além de fertilizantes.

A subida de custos se associa a preços inflacionados, impulsionados pela demanda robusta e pelos altos custos de insumos como resultado da pandemia.

Nível fraco
Em março, o Índice de Preços de Alimentos da FAO atingiu seu nível mais alto, com 160 pontos desde sua criação em 1990. A taxa caiu ligeiramente no mês passado.

As previsões de exportação de trigo dos dois países foram revisadas para baixo desde o início da guerra em 24 de fevereiro.

Mais de dois meses depois, a FAO destaca que apesar de outros participantes do mercado, como Índia e União Europeia, terem aumentado as ofertas ao mercado, o nível atual continua insuficiente e a expectativa é de que os preços sigam em alta nos próximos meses. Com ONU News

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