Mundo enfrenta um dos anos mais difíceis em necessidades humanitárias
As Nações Unidas destacaram que o mundo vive um dos anos mais difíceis já registrados em termos de necessidades humanitárias.
As declarações são do subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths. Ele participou do 15º aniversário do Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf.
Pandemia
No ano passado, 69 milhões de pessoas viviam nessa situação, o dobro do mesmo período em 2019. Muitas delas se recuperavam da pandemia.
Para Griffiths, o Cerf “mais do que cumpriu sua missão”, tendo em conta que foi criado para “promover uma ação rápida e coordenada em crises humanitárias”.
A reunião serviu para impulsionar compromissos internacionais para que se continue a atender “aos níveis cada vez mais complexos de necessidades humanitárias”.
Martin Griffiths destacou que o momento é uma oportunidade para a comunidade humanitária aumentar o financiamento para a meta anual de US$ 1 bilhão.
Crises
O subsecretário-geral explicou o conceito de capacidade de resposta rápida no qual “as organizações humanitárias podem entrar em ação assim que ocorrer uma emergência”.
Angola é apontada como exemplo dos efeitos da mudança climática, com quase 7 milhões de pessoas com fome por causa da pior seca em 40 anos
Nesta atuação, o princípio do Cerf é atuar de forma imparcial e independente e “a ajuda fornecida é impulsionada apenas pela necessidade”.
O chefe humanitário enfatizou o atendimento do Cerf dado a mulheres, pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis em crises negligenciadas onde se “priorizam suas necessidades”.
De acordo com as Nações Unidas, as mulheres e meninas equivalem a mais da metade dos beneficiários do financiamento liberado em 2020.
Inovação
O Cerf é ainda o maior doador direto para programas humanitários que respondem à violência de gênero.
O chefe humanitário da ONU destacou ainda que o fundo aplica várias lições aprendidas durante a atuação no mundo e adota a inovação na resposta a riscos globais cada vez mais complexos e interligados.
A ação antecipatória a crises, por exemplo, coloca fundos ao dispor de parceiros para serem usados em emergências, dando auxílio aos necessitados de forma mais rápida, barata e humana, com base em informação e análises de última geração.
A atuação na seca na Somália é um dos exemplos. Uma intervenção-piloto permitiu que famílias locais alimentassem as crianças sem ter que vender os ativos com que contam para sobreviver. A iniciativa está em andamento em 11 países. Com ONU News